segunda-feira, 27 de abril de 2009

Máscaras


(por Fabiane Secomandi)

Como podes usar tantas máscaras?


A quem queres enganar?

A você, nobre executivo ou vagabundo de carteirinha. O que ganhas por dizer-te ser tão sublime respeitoso e entendedor dos sentimentos alheios, se isso não passas realmente em teu íntimo?

O que ganhas em dizer-te um Ser superior, em evolução e conquista íntima de aprendizado constante, se isso não passas de mera ilusão de você para você mesmo e também para os outros?

O que ganhas em vestir as máscaras da hipocrisia e exaltar o teu orgulho com frases como: "Eu sou...", ou "Eu sei...", ou pior "Faça isso..." ou "Faça aquilo...", se a tua própria personalidade não lhe permite ser digno o suficiente para sequer dar conselhos?

Onde está você, Ser Humano de bem, que realmente se preocupa em trabalhar pelo bem estar do próximo, não apenas dentro dos consultórios e para ganhar seu salário, mas porque o "não ajudar" é que lhe incomoda profundamente??

Pobre parcela da humanidade que se julga superior, que se julga inteligentes, entendidos, mas que não conseguem despir das próprias máscaras para olhar o próximo e oferecer auxílio verdadeiro.

Pobre parcela da humanidade que se mostra sublimes aprendizes de todas as coisas, não-portadores de defeitos e limitações, mas que não conseguem sequer enxergar a oportunidade de uma palavra amiga à um necessitado.

Pobres... porque esses sim são os pobres de espíritos. Aqueles que muito julgam, muito acham, e muito calam, na hora em que poderiam ajudar. Aqueles a que convém apenas os saudáveis e felizes, e que se lamuriam pelos pedintes de atenção e socorro.

Pobres de espírito, porque estão submersos nas piscinas do próprio orgulho, e que sem perceber, mais afundam do que avançam.