segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Acidez

Hoje me sinto ácida. Ácida com o mundo amargo.
Por aí vejo desrespeito com quem erra, com quem precisa de cuidados.
A tolerância é zero com quem fala errado, com quem usa verde e roxo, com que almoça na casa da vó e pede benção!
São motivos de chacota os afortunados possuidores de relacionamentos felizes que resolvem compartilhar seus belos status condizentes com suas alegrias.
Em que mundo estamos, onde profissionais de saúde são postos à prova e provam por A+B o quanto são mesquinhos, orgulhosos, arrogantes e egoístas, no quesito mais esperado deles: a caridade.
Tudo bem, é preciso paciência, a caridade não é fácil.
Mas com a mesma força que vem uma risada e um julgamento... pode vir uma ajuda, um amor ao próximo, uma compaixão.
Me revolta não ver a compaixão nos corações alheios.
Simplesmente porque penso que todos deveríamos ao menos buscar ser pacientes e ter compaixão.
Mas o mundo estacionou no umbigo de cada um.
Nem penso pra escrever, porque estou com a acidez nas alturas, atirando pra todos os lados a minha indignação.
Pobres de espíritos, ah, sim eu acredito... vocês existem e vêm em bandos!
Estão espalhados feito erva daninha, por todos os lados, por todas as redes, esperando o momento exato de mais alguém falhar em alguma coisa, para que possam atirar suas pedras e rir... freneticamente, como se isso fosse alimentar suas almas.
Alguns têm medidores sociais para isso. Quanto mais rir, odiar, julgar e compartilhar uma cena bizarra de um sofrimento alheio, mais rapidamente atingirá o topo de seus grupos. O medíocre grupo dos mamíferos bípedes ignorantes, categoria talvez um pouco abaixo dos macacos e muito abaixo dos golfinhos e das araras.
Enquanto isso, almas afins se buscam e se encontram cada vez mais em alguns degraus acima, para que juntas possam ir limpando as mazelas do mundo, deixadas pelos grupos hipócritas e sarristas.

Uma coisa é certa. A risada dura pouco tempo e traz um prazer imediato apenas. Ao passo que o compromisso com o semelhante, o cuidado com as palavras, a compaixão e a caridade com o próximo, sustentam a alma até que ela possa subir um degrau a mais na escada da evolução.

Não é possivel ainda todo esse desprendimento para a maioria de nós. Porém, é dado-nos a inteligencia, para que possamos ao menos exercitar as práticas no bem.
Talvez me resta apenas começar os meus próprios exercícios com estes seres que mencionei. Mas a minha indignação por enquanto não permite. No momento só sei ser ácida, cega pela minha censura.