sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Essência II

(por Fabiane Secomandi)

Quem a vê?

Quem por acaso tem acesso à ela? À própria essência?
Poucos, bem poucos...e em momentos que mais se parecem flashes durante toda uma existência.


A felicidade não é deste mundo.
Mesmo assim experimentamos "flashes", momentos de felicidade.

Talvez isso esteja diretamente relacionado com nosso acesso à própria essência.


Talvez o acessar da essência seja o estopim para acionar o mecanismo da felicidade.


Talvez por isso os momentos de felicidade plena sejam tão escassos. Porque na verdade ele depende do acesso à própria essência.


Conheça-te a ti mesmo e terás o universo todo para ti. Pois o universo está PARA você, em você, dentro de ti, e não fora.


Tudo é subjetivo e parte de dentro de nós para o mundo e não o contrário.


O que gostamos, nossos melhores momentos, nossa paz, nossas alegrias... tudo depende de um mecanismo pré-existente dentro de nós mesmos.

Quando nos conhecemos, somos mais felizes.

Conheça-te verdadeiramente e verás felicidade em tudo o que te rodeia, pois afinal estará vendo antes a felicidade de chegar à tua própria essência.





terça-feira, 4 de novembro de 2008

Universo Infantil

(Por Fabiane Secomandi)

O universo da criança é feito de sonhos, imaginações, diferentes formas de enxergar o mundo...

Formas estas que nos esquecemos, no decorrer da vida e do próprio desenvolvimento.

Podemos "chegar perto" do que seja "pensar como criança", mas sabemos que não somos mais capazes desse mérito.

Nossa subjetividade foi moldada por diversos fatores internos e externos e, consequentemente perdemos a condição de pensarmos como crianças.

Podemos até guardar algumas coisas sim, da infância, do mundo mágico infantil... Mas nossa consciência é outra e mesmo que não queremos, contaminamos todo pensamento mágico pelas nossas representações... hoje transformadas pela idade, vivências, experiências.

Nos resta então, tratá-las com o devido respeito, lembrando que um dia fomos pequeninos, um dia tivemos pensamentos tão mágicos como num conto de fadas e esses pensamentos é que nos moviam e fazia o dia, as horas e cada minuto ter um colorido de VIDA!

Um dia tivemos o privilégio de sermos crianças, seres de pensamentos por vezes tão grandiosos, tão profundos... que para nós fazia todo o sentido, sempre.

Nos resta contribuir para que em suas cabecinhas floresçam pensamentos bons e construtivos.

Nos resta cuidar da sua integridade física, social e psicológica e também conservarmos o nosso mundo, a fim de que quando crescerem possam encontrar o mundo ainda digno de ser habitado.

sábado, 18 de outubro de 2008

Criminosos?

(Por Fabiane Secomandi)

Na opinião de quem?

De seres impiedosos que aguardam o grande momento de poderem então encher a boca e dizer: criminosos!

Alguém em algum instante se importa com o que vai no íntimo do Ser em julgamento?

Não somos todos seres criados com tendências para o bem?

Ora, pois se o mal não existe, sendo este apenas a ausência do bem, então também podemos dizer que criminosos são aqueles não que agem com o mal, mas que agem na falta do bem.

Seriam estas, pessoas que encontram dificuldades em agir no bem, por limitações da personalidade ou mesmo por desconhecê-lo?

Onde colocamos o aprendizado "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo?"
Colocamos apenas nos ouvidos de quem está ao nosso lado, para impressionar.

E o que fazemos com nossa capacidade de entender o que se passa no coração do outro?
Enterramo-as. Como quem enterra o próprio crescimento, a própria evolução.

Não existe culpados e inocentes.
Existem pessoas que erram e pessoas que sofrem por determinados erros, seus ou de outrem; mas os motivos que levam a tais consequencias não cabe à nossa limitada consciência julgar.

Existem pessoas acomodadas e que encontram no "julgar" a forma mais fácil de se livrar de um erro que é de todos nós.

Podemos nos impressionar, podemos nos revoltar, podemos nos enraivecer... mas também podemos ampliar nossa compreensão para além das supostas "vítimas", vitimadas pela mídia e em seguida por seres alienados que ao lerem uma única frase julgam-se capazes de entender o texto todo.

Temos por obrigação plantar o amor e a benevolência nos corações humanos. Cabe aos pais ensinar os filhos, a sociedade contribuir com a saúde biopsicossocial de todos os cidadãos e também a cada cidadão em especial exercitar o ampliar de visão, julgando menos e fazendo mais.

Só o dono da dor sabe o quanto dói. Alguns sabem lidar com a dor. Outros não. Alguns a suportam, outros não, por motivos que desconhecemos ou que conhecemos e não admitimos por "n" motivos.

Proporcionar o alívio da dor é atitude que podemos fazer pelo outro. Ao menos tentar fazer dessa postura uma oportunidade de sermos seres melhores.

Só com mais humanismo podemos exercitar o pensamento altruísta e usar de nossa inteligência para uma compreensão maior de fatos, pessoas, sentimentos e ações, podendo inclusive favorecer o Bem no mundo.

Enquanto não existir isso, só poderemos murmurar... "criminosos!"

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Falta

(Por Fabiane Secomandi)

Incrível como quando tudo parece estar completo,
vive-se poucos INSTANTES de real satisfação
até surgir novamente aquilo que nos persegue...
a "falta".

Mas, a falta é do quê?
Não sei...
É como algo incompleto, inacabado...

Sentimos falta de momentos, de lugares, pensamentos e sentimentos
que por algum motivo sabemos lá nas profundezas do nosso Ser,
o "como é"...

Sentimento estranho que habita nosso interior e nos atrapalha a calmaria...
Leva-nos a buscas incessantes de algo que não sabemos nem por onde começar procurar.
Tira-nos a tranquilidade, rouba-nos a serenidade e provoca turbilhão interior
aparentemente sem motivo algum.
Ficamos "fora" do nosso estado homeostático, porque tá faltando algo...

Mas falta o quê?
Não sei...
É como algo incompleto, inacabado...

Se pudesse registraríamos os momentos de real satisfação,
aqueles que duram segundos antes da "falta" aparecer novamente...
E aí poderíamos usar como instrumento motivacional na busca de novas satisfações internas.
Mas não...
não tem como gravar isso, além de nossa memória.

Talvez se tivesse jeito,
as pessoas não sentiriam mais a falta da "falta".

Talvez isso fosse trágico.
É necessário que sintamos falta da "falta".

Tudo bem que em alguns períodos sentimos é excesso da "falta"...
E isso pode ser bom ou ruim.
Pode fazer correr atrás do que faz falta.
Ou desistir e achar que a falta é permanente ou ilusória.
A falta é inconstante, instável, aparece só na hora que lhe convém...
Mas é real.
Não é ilusória.
E se ela é parte de cada um de nós, aparece na hora que NÓS achamos necessário.
Mesmo que não nos demos conta disso. Senão não faria sentido...

sábado, 11 de outubro de 2008

A Falta - II

(Por Fabiane Secomandi)


A "falta"...
É como algo que nos puxa, que nos impulsiona para novas buscas...
para suprir as faltas...
E mesmo nos dando conta que passaremos toda a existência nesse ciclo
que se repete,
e se repete...

a "falta" é senhora do nosso Ser e por mais que dermos créditos a ela ou não,
ela estará lá, por toda a vida... trazendo-nos o sentimento da "falta".

Mas que falta?
Não sei...
É como algo incompleto, inacabado...

Talvez esse seja o começo da compreensão sobre a evolução da alma.

A "falta" não nos deixa tranqüilo...
e no fundo não queremos nos tranquilizar...

Somos seres que nos bastamos com algumas migalhas de satisfação interior, até atingir um nível um pouco mais elevado do domínio da falta e essa satisfação aumentar...

a Satisfação interior aumenta com o domínio da "falta"...
ou
a "falta" é que diminui com a Satisfação interior?

E o que nos leva a Satisfação interior?
Estaria a duração da satisfação interior, aquele tempo crucial que experimentamos, que chamamos FELICIDADE e que antecede as novas sensações de "falta", associado às nossas ESCOLHAS?

Sendo assim então nosso caminho estaria traçado? pré-determinado pelo suprir das faltas, faltas estas que são menores de acordo com nossas escolhas e, de acordo com nossas escolhas aumentamos ou diminuímos nossos níveis de satisfação interior, (Felicidade)?

Somos seres criadores dessa falta. Ela faz parte de nós, é resultado de nossa própria produção interna.

Ou não?

Consigo entender a falta, e entender que ela exista para que possamos avançar no processo evolutivo. Mas o por quê disso ainda é uma incógnita... Não sei mais... Não sei nem dizer mais sobre a falta. Sobre o que é a falta... nem do que é a falta...

Ainda me "falta" alguma coisa para avançar além daqui.







segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Vida & Café

(Por Fabiane Secomandi)

Vida & Café

A vida as vezes é doce como mel,
ou pão-de-mel
leve como brisa e algodão doce,
suave como tecido de cetim...
Ainda bem, imagine se não fosse assim?

Colorida como flores, ou carnaval...
saborosa como morangos ao chocolate,
ou beijo com brilho labial
Quer sabor mais carnal?

Saltitante quanto pipoca,
abraço no meio da rua,
brincar de bola com uma criança,
comer maria-mole vendo novela..

Mas as vezes ela é amarga...

Amarga como jiló...
como cerveja,
forte e pesada quanto carregar malas por muito tempo,
ou passar noites em claro e depois ter de ir trabalhar...

As vezes ela é dura com nossos sentidos...
poluição, mendigos nas ruas, palavrões, agressividades,
fome, desnutrição, mídia e lavagem de dinheiro,
ambição, arrogância, falta de tato,
e fazer do outro como se fosse nada,
passando por cima a todo custo e a custo de nada.

As doçuras guardam as boas lembranças...
as durezas gelam os corações...
faz-nos quase perder a esperança na espécie humana.

Mas eis que surge o café...
simbolo que podemos colocar nessa brincadeira da vida, porque não?
Ora doce, ora amargo...
ora quentinho, gostoso, da hora certa...
ora frio, pesado, com gosto de passado ruim que ficou marcado.

Vamos tomar um café?
O que eu ofereço é quentinho, acabou de sair...
tem o gosto doce e forte que reanima e faz vibrar!

Cuidado com quem lhe oferece café frio...
amanhecido...
amargo demais...
Pode nem ser por maldade,
mas esse anfitrião não quer lhe ver alegre e contente
e pode estar esquecendo que o café reaproxima os amigos
e portanto deve ser do bom e do melhor.

Aquele que não se atém a isso,
ou é muito desligado,
Ou pior...
Só teve amigos que lhe mostraram o lado amargo e frio da vida, as durezas e o gelo das emoções... e conseguiram apenas oferecer o café que conheciam... aquele amargo e frio.




sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sonhar



(Por Fabiane Secomandi)

O amanhã é ilusório e nunca, jamais vai existir.
O futuro não existe, existe de forma linear nos calendários, mas se pararmos pra pensar nunca, jamais vivemos o amanhã. Apenas o hoje, apenas o momento atual.

Se ao invés de imaginar os dias de forma linear, imaginássemos um montante de coisas acontecendo, uma sobre as outras, veríamos que somos os mesmos e continuaremos sendo os mesmos seja daqui quanto tempo for... com novas experiências, pensamentos, aprendizados, mas é esse corpo, essa mente e essa alma que vai fazer parte daquilo que ainda não existe e que chamamos de futuro.


O que seria do nosso ser, senão um amontoado de ossos e carne, com uma mente que pensa e imagina, experienciando coisas durante a existência e acreditando no futuro para não deixar os sonhos morrerem? Talvez a parte que acredita e alimenta sonhos não seja o nosso corpo físico, mas a nossa alma.


Talvez nos comportamos assim porque afinal, sonhos são combustíveis valiosíssimos para a existência. Como uma gasolina super aditivada que vai dar qualidade às nossas vidas.
Chega um momento que nos deparamos com a idéia de que, a energia maior que nos faz viver bem, é sim a das experiências que tivemos, das coisas que aconteceram, mas mais ainda a energia que faz com que tenhamos sonhos e vontades.
Mesmo se soubermos, de repente, que temos apenas mais 1 dia de vida, ainda assim teremos algum tipo de sonho, de vontade, de desejo...mesmo que seja o desejo de acreditar que a existência vai continuar, ou que podemos viver mais um pouco...

O tempo é algo inventado pela civilização e que trouxe a possibilidade de fazer com que não deixemos de sonhar.
Se não aceitássemos idéia de futuro, logo abandonaríamos nossos sonhos, visto que não foi possível realizá-lo no momento atual. Mas não... aceitamos a idéia de futuro, mesmo que ele não exista e nessa idéia colocamos nossos sonhos de modo que possamos acessá-los quando bem entendermos... e sermos alimentados por eles constantemente!

Os sonhos então, seguindo esse pensamento, não fazem parte do futuro... não estão lá no futuro, porque afinal o futuro não existe. A capacidade de sonhar é que nos alimenta e nos impulsiona a viver e isso independe do objeto sonhado (tanto é que logo que conquistamos sonhos naturalmente já passamos a sonhar, desejar outras coisas) e é esse sonhar, esse desejar que faz toda a diferença, o tempo todo.

Quando você sonha, na verdade já está vivenciando aquilo que sonha. Talvez não da forma como imagina, mas aquilo já está te alimentando e trazendo bem estar.

Já que é assim e independente de realizar ou não, seremos sempre alimentados por nossos sonhos... então podemos escolher sonhar alto! Sonhar grande! sonhar bonito!...

Futuro?... pra quê, se podemos viver cada sonho nesse exato momento?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Humildade

(Por Fabiane Secomandi)

O que seria humildade?

Para algumas pessoas é algo do tipo "eu me orgulho de ser humilde, de ser um nada", ou pior "olha gente, como eu sou humilde!" e aí vai lá e tem uma atitude de rebaixamento (contraditório não?)

Penso que a verdadeira virtude não é se colocar lá embaixo enquanto pessoa, nem se entregar à burrice e estupidez... mas sim ter noção do que realmente é.
Faz de você humilde, não usar de atributos ou qualidades pra rebaixar os outros.
Faz de você humilde não demonstrar aquilo que não é. Nem muito menos apontar "defeitos" ou agir com preconceito.
Só que também não é por isso que vai ignorar suas próprias qualidades em você! Ou que não vá agir com liberdade... afinal temos uma liberdade um tanto quanto relativa e podemos fazer o que quiser dela.
As vezes uma pessoa se exalta ou está mais contente consigo mesmo do que o normal... isso não é falta de humildade... a falta de humildade é mais consciente... é mais proposital...

Ser humilde não quer dizer abrir mão do amor próprio... abrir mão de se valorizar e alimentar sonhos...
humildade é mais uma postura diante do outro e também de si mesmo, para que não se auto-engane, para que não tenha uma auto-imagem distorcida.

Devemos sim nos importar com o próximo... Mas não devemos dar um sentido diferente à humildade e enterrar a própria felicidade pra ser "menor" ou igual àquele que se encontra temporariamente em situação ruim... não precisamos disso.
Essa é a forma que agimos, talvez por dizer intimamente "eu me importo tanto com você que vou compartilhar da sua dor, a ponto de me igualar a você."
Seria realmente esse, um bom meio de ajudar o próximo?

Claro, existe situações onde as pessoas realmente se comovem, a dor é real. Mas em alguns casos, "forçam" uma humildade de fachada, colocam uma máscara para se mostrar solidário, acabam por reforçar a dor alheia e nitidamente isso não vem do coração então nesse caso, melhor ser você mesmo... sem as máscaras da hipocrisia.

Religião


(Por Fabiane Secomandi)

Uma vez vi num lugar alguém questionando se as religiões tornam as pessoas desagradáveis, já que pelas religiões tais pessoas se sentem "donas das verdades absolutas", portadoras de tais informações valiosíssimas que os demais não são...

Sinceramente penso o seguinte:

É mais fácil chegar à verdadeira idéia de Deus (criação) pelo pensamento racional do que pela religião.
Pelo pensamento racional e pela lógica, você usa de questionamentos e vai traçando um caminho para explicações matafísicas que, ao final das contas se torna praticamente impossível, não aceitar a idéia de algo maior, de algo que transcende tudo isso.
Ao contrário, a religião limita a visão e os questionamentos, e impõe dogmas, atrapalhando no "ampliar da visão", e resultando crenças apenas pelas crenças, do tipo "acreditar porque disseram que é assim e pronto".

Dentro disso, existe um preconceito e as pessoas no geral dizem que a ciência quer é ser a "dona da verdade" por buscar explicações lógicas para tudo... e que as religiões defendem as crenças.

Mas o que acontece realmente, é que quem carrega o título de "donos das verdades absolutas" são as religiões, as igrejas... por imporem suas idéias e barrar os questionamentos... por preferir seus fiéis com a fé cega, do que questionando e buscando explicações...

e por outro lado, quem realmente é portador de "crenças" é a ciência, que busca corroborar as coisas e questões que emergem do Senso Comum.
É a partir de uma dúvida que o cientista pesquisa a fundo pra tentar chegar num conceito que se chama "verossemelhança". Esse conceito significa "o mais parecido com a verdade". (e não "a verdade") porque a própria ciência entende que não é portador da verdade absoluta e que ela, a ciência, está constantemente passando por mudanças e sendo refutada por novas idéias.

Bom, é o que eu penso. Tenho sim, religião... mas só a tenho porque tenho a liberdade de questionar, discordar, pesquisar.... e não a vejo como verdade absoluta de nada. Acho mais é que o fundamental é ter a mente aberta à assimilar as idéias de modo geral e aí sim construir novos caminhos e pensamentos.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Homem Prático

(Por Fabiane Secomandi)

"O mundo é de quem não sente. A condição essencial para ser um homem prático é a ausência de sensibilidade?"

Me deparei com essa pergunta e pensei um pouquinho a respeito.
A globalização e a tecnologia está invadindo o planeta de tal forma que, ao invés de termos um planeta com seres humanos usando máquina para tornar a vida mais prática, estamos tendo um planeta onde existem máquinas usando seres humanos pra tornar tudo mais prático.

Na idade antiga os grandes pensadores usavam seu valioso tempo para fazer o quê mesmo...? PENSAR! Hoje em dia existe isso? Parar tudo pra pensar sobre as coisas... fazer reflexões... que nada... se quiser que vá pensar na hora de dormir, ou na hora de comer... porque em outros momentos você deve ser apenas um robô... um número na multidão, condenado à seguir rotina, horários, obrigações, metas, e assim vai por toda vida. Tudo de forma mecânica.

Desanimador, não?

E quem sente, como fica nessa história? Sentindo-se alienado (sendo que a verdadeira alienação é do outro lado...)

Mas por outro lado ainda podemos ver pessoas conseguindo a façanha de colocar em prática a própria sensibilidade... (contraditório não?) pois é... ainda tem... viver com sensibilidade, trabalhar com sensibilidade...sonho de consumo dos sonhadores sensíveis... mas ainda tem.
O bom é não deixarmos de almejar isso... senão, a sensibilidade solta da mão da esperança e aí já era... morremos por dentro e por fora, ou então juntamo-nos à parte robótica e vegetamos numa vida mecanizada.

Perder a ternura, jamais... sejamos minoria, tenhamos barreiras no mundo globalizado, frio e tecnológico, mas sejamos realmente e profundamente felizes e realizados por viver nossas essências!

Evolução

(Por Fabiane Secomandi)

A Ciência é muito pequena diante do que se pode imaginar de Deus.

Nenhuma pessoa, ciência, seita, doutrina ou religião é capaz ainda de definir Deus em sua essência...

De acordo com o que sentimos em nosso interior e com relação à muitas coisas que vão além da nossa capacidade de interpretação, atribuímos a algo maior, a algo que vai além.

De acordo também com acontecimentos históricos, sensibilidade, intuição, estudos... fazemos uma "idéia" do que seja Deus... mas não conseguimos chegar nessa grandiosidade ainda.

É só quando vemos tantas catástrofes e coisas aparentemente "injustas" acontecendo, é que nos revoltamos e sentimos não haver outra possibilidade de explicação, a não ser que haja algo além de tudo isso.

Somos seres muito pequenos, minúsculos e ignorantes, diante da criação. Nossa única certeza é a de que temos dúvidas...

O que podemos arriscar dizer-nos cientes, é que o ser humano avança alguns passos rumo à evolução e seu aprimoramento cada vez que tem atitudes condizentes com o que é moralmente esperado, dentro da ética, o que é moralmente correto.

Preferimos pensar que Deus sendo criador do todo e algo maior que transcende tudo isso, então não criaria o todo para não evoluir...

Poderíamos até pensar... e se criou sim, para não evoluir? E se a evolução é apenas ilusão? E se realmente nada faz sentido como imaginamos?

Não sei... estou dentro da ignorância que esse mundo me limita... só o que posso saber é do que vai aqui dentro, e o que vai aqui dentro é sentimento evolutivo... é sentimento que diz que tudo pode ser melhor, sempre. É sentimento que diz que não há parada quando o assunto é avançar, é evoluir...

Se algo tão forte diz isso aqui, dentro de mim e também nos corações e almas distintas, seria em vão? talvez sim... mas talvez não. Se esse sentimento vem como uma certeza e como um impulso, só nos resta agir de acordo com nossa real natureza, a natureza de evoluir.

Ensaios de amor...


Busque o amor das entranhas,
libere desejos secretos,
não desista , insista,
a resistencia é parte do jogo
e o amor não acontece por si só,
precisa de galanteios...

A resistencia é como gelo
que derrete frente ao fogo...
E o fogo é como cheiro
que invade ...e invade...
e conquista pelo olhar...

Inebrie-se... e depois descanse...
porque ao final da grande conquista,
existe o desejo de querer mais..


(Por Fabiane Secomandi)

Essência


(Por Fabiane Secomandi)

Se pararmos pra pensar veremos o quanto muitas vezes "deixamos de ser nós mesmos" para dar razão aos outros, para ser como os outros... as vezes porque realmente concordamos com isso (e nesse caso é bom e natural) e muitas outras vezes para sermos aceitos, para fazermos parte de grupos... fazemos isso quase de forma imperceptiva. Sim, claro, não estou fora disso. Mas podemos pensar a respeito e buscar em nós mesmos os porquês de nos influenciarmos ou nos deixarmos levar pelos outros e aí refletir melhor sobre as coisas e nortear melhor nossas escolhas.

Existe aspectos sociológicos, somos seres de cultura e que permeia as próprias ações mediante reações que causa no outro.

Mas até aí tudo normal... o ruim é quando começa haver dependência total da opinião alheia. Quando perde-se a própria individualidade pra viver a opinião dos amigos, dos pais, do marido, da esposa... isso é muito ruim, já que vai formando-se um buraco cada vez mais fundo entre a sua consciência e a sua própria essência.

É como se ela, a sua essência, soltasse da sua mão e fosse afundando num abismo... ficando cada vez mais longe do teu alcance... e aí, sem a sua essência, só resta viver na base da essência dos outros, como uma planta parasita que precisa de um ser a quem segurar, que decida por ela, viva por ela e seu único trabalho seja segurar cada vez mais forte pra não cair...

Vejamos bem... é uma forma de viver a vida. Sim... é uma escolha. Mas também depende muito do conceito que se faz da palavra "viver"...

Algumas pessoas "vivem" dessa forma... dependendo do outro. E quando o outro cai, ou simplesmente solta-se desse aprisionamento sufocante, essa pessoa fica sem chão... e nesse instante a única e real forma de reencontrar sua essência novamente (sim, ela continua existindo, em algum lugar!) é caindo também... dentro daquele abismo por onde antes caiu a essência...

Alguns precisam cair tombos menores e logo encontram tais essências. Outros, vão encontrar suas essências lá no fundo... como dizem, bem no fundo do poço... mas o fato é que encontram e após encontrarem podem começar de novo a fazer escolhas... escolher entre viver a vida de outro novamente, ou escolher viver finalmente em sua própria essência.

Atitudes

(Por Fabiane Secomandi)

Devemos insistir nas mesmas atitudes, se estas nos trouxe bons resultados e queremos repetir a dose?
Penso que não. Não se obtém os mesmos resultados insistindo muito nas mesmas atitudes... simplesmente porque as coisas mudam a todo instante.

E já que as coisas mudam a todo o instante devemos também "aperfeiçoar" a maneira como lidamos com elas...

Podemos ser maleáveis... ter a mente aberta para novas idéias... Se "fechar" nas próprias idéias e convicções é estacionar no tempo e não avançar, não evoluir...

Feliz daquele que consegue se aperfeiçoar um pouquinho mais a cada dia, expandindo a mente, melhorando as atitudes, aprimorando experiencias, conhecimentos e aperfeiçoando idéias...!

O amar!

(Por Fabiane Secomandi)

O amar... ah o amar!

Como é bom o amar...

Tem gente que ama amar, de tão bom que é!


O amar é bem abrangente, vamos tentar não falar do amor em si nem do objeto amado... mas do ato de amar!

Amar faz suspirar, amar faz revigorar, amar traz disposição e faz rir a toa!
Amar provavelmente faz renovação celular, já que sentimo-nos tão contentes sem explicações aparentes... Amar traz de volta lembranças boas... traz de volta sonhos antigos, traz de volta o gosto pela vida!
Amar transforma o ser humano, sem dúvida.


Se você não tem alguém pra amar... veja bem... pode começar por você mesmo!
Tudo o que está escrito acima acontece da mesma forma, seja o amar alguém de fora ou amar alguém aí dentro... os arrepios são os mesmos, a sensação de estar saltitante num parque florido ou em um palco é a mesma!
Experimente...
Tudo bem... mesmo que não fique tão saltitante assim por timidez ou por haver algumas limitações físicas, seja saltitante na alegria! no olhar! no sorriso! nas palavras! na expressão corporal! em espírito!

Exercite o amar e vai ver como vai começar a rir a toa... rir do passarinho que voou um pouco torto... rir do gato que foi subir na árvore e errou o galho... e mais profundo ainda do que rir das coisas que não dão certo por aí... rir por estar feliz... rir por estar contente... Esse rir é ainda mais verdadeiro... rir por sentir a alegria e o exalar desse "amar" que agora está deixando brotar de dentro de si.

Jardim Interno


(Por Fabiane Secomandi)

Sem cuidar do teu jardim interno, jamais sentirá paz de espírito.

Se a carne lhe pesa, pensa que é algo que lhe foi concedido para que cuidasse com carinho, por motivos que tua inteligencia atual não consegue assimilar.

Ao invés de imaginar-te insano pelas tuas diferenças, alegra-te, por ter amor no coração.

O jardim da alma é o mais dificil de ser cuidado. Como só depende de você mesmo, não há como e nem a quem mentir ou protelar.

O campo silvestre te aguarda como uma mãe aguarda um filho mas antes de almejar a imensidão das flores nos campos, almeja também ser maior.
Maior não na distância com teu próximo ou no orgulho. Maior na construção do teu ser, do teu caráter e de paz interior e assim, sendo maior, pode levar ensinamentos e amor, que são transbordados e sentidos pelos corações tão sensíveis também.

Jamais perca de vista a fé no criador e jamais deixe de regar a plantinha do amor em seu coração. É por ela que vai se tornar maior e chegar finalmente no campo das flores.

O que seria o criador senão essa certeza que tens dentro de ti, de que algo maior existe... de que algo que transcende existe... ora pois, senão não faria sentido.

Mesmo assim não sabemos o quanto sabemos. Nossa visão é limitada... devemos basear até coisas óbvias em nossas crenças e nos entregar ao rumo natural das coisas que se porta como um barco que nos leva...sem permissão ou com permissão... não sabemos... por ora não sabemos...

E no meio desse percurso, estando no barco que nos leva, podemos esticar o braço e colher as frutas das árvores dos rios...podemos estender o braço àqueles que caem de seus barcos... podemos juntar coisas objetos ou coisas a pensar...

Afinal das contas, mesmo não sabendo para onde vamos, sabemos o que existe dentro de nós e podemos deixar de viver as coisas... para viver nós mesmos.

Mundo diferente


(Por Fabiane Secomandi)

É um mundo diferente. Esse é o meu mundo.
Como vou fazer pra viver no mundo lá de fora eu não sei. Ele me incomoda. Aquele outro mundo.

As vezes me faz aprender coisas como por exemplo orgulho, egoísmo...Mas ele me incomoda, porque nele EU não posso ser EU.

Por que afinal, tanta miséria humana?

Será possível que a minha mesquinhês chega ao ponto de distorcer os fatos?
Não, não pode ser. A dor é real.

Vontade de ser livre.

Vontade de voar, de gritar, de poder sentir.

As pessoas que eu gosto, gostaria de as ver felizes. Mesmo assim gostaria que a felicidade delas fosse verdadeira, sublime, como a minha quando eu sinto. Sem materialismo, com a alma.

É ruim estar ao lado de algumas pessoas. É como se eu pudesse sentir o que vai de ruim em suas almas, em seus corações.

Talvez esteja próximo o momento da partida.

Algo maior que me mostra que aqui não é o meu lugar. Meu lugar não é no sofrimento, mas sim onde existe aprendizado. Bom... por algum motivo aqui estou, compartilhando com outra pessoas SIM, TAMBÉM o sofrimento...

Sinto dividir-me em partes. Parte física, parte psíquica, parte espiritual.

A parte psíquica sofre a falta da comunicação da parte física (mundo lá fora) com a parte espiritual (mundo aqui dentro).

O choro é o lamento dessa ponte que se quebra.
O choro é a parte espiritual querendo respirar, sufocada pela parte psíquica... resolve então sair pela parte física, em forma de lágrima.

Vejo as pessoas querendo "quebrar" as ações do amor.

"Esquece isso", "distrai a cabeça", ...distrair a cabeça diante de uma falta de amor? Isso é possível?

Qualquer indignação pela falta de amor, é o amor falando, então por que esquecê-lo?
Seria melhor se não perdêssemos a capacidade de nos indignar com as coisas.

Não quero esquecer que pretendo ser feliz. Não amanhã... mas sempre.
Não quero esquecer que posso mostrar às pessoas que a falta de amor delas me incomoda.

Onde existe energia, existe força, existe vida... e existe amor! Então o amor habita todos os seres... o que os falta para dar-lhe os devidos créditos e acreditar que tão sublime é o caminho pelo amor?

Devaneios...

(Por Fabiane Secomandi)


O sentimento é a base de sustentação do espírito. Sem ele, nada faz crescer e avançar, nem mesmo a razão. Aliás, a razão só existe através do sentimento sincero, pois sem este, se tornam apenas "conceitos".



Humanização

(Por Fabiane Secomandi)

Humanização, humanização... deixe-me ver se consigo entender exatamente o que seja... Seria tratar o ser humano como humano? não, não... acho que não é só isso, senão seria mais fácil das pessoas colocarem em prática...
Humanização seria colocar em prática direitos humanos no tratamento com as pessoas de modo geral e nos mais diversos contextos?

E por acaso seria a "humanização" de cada um, algo bem subjetivo? Onde uns teria mais... outros teria menos...

Afinal, humanização é um ato? Quem pratica humanização é o que? Humanizante? ou simplesmente Humano?
Não, não, calma aí... to me confundindo... se o fato de ser "humano" fosse característica de quem exercesse humanização, penso que o mundo hoje seria um pouco diferente...
Mas continuando... (preciso entender isso!)
Humanização só tem quem quer? ou vem de berço? Custa caro? ou depende só do bom senso? Ou é algo que exige um pouco mais de disponibilidade e amor altruísta?
É... venha como vier o fato é que faz falta quando não vem.
Seja uma falta de forma escancarada ou sutil, bem sutil...
Aí vem gente que fala assim "ah, mas se a gente ligar pra qualquer coisa, a gente não vive"

E se não ligar... vive?
ou VEGETA?
ou finge que vive pra poder soltar frases desse tipo?
Penso que se queremos um mundo melhor, seja o mundo planeta Terra, seja o mundo espiritual, seja o mundo da sociedade onde vivemos, do trabalho, da escola, do bairro ou seja o mundo do nosso interior, é necessário que nos importemos sim com as coisas.

O "não se importar" com algo, deveria ser opcional... e não "ter que", para fazer parte do todo.

"Ter que" não se importar com as coisas para ser aceito, para ser bem visto, para ser o otimista e alegre da história, é abrir mão de toda uma existência para viver "raspas" da vida dos outros. Importo-me sim. Ainda faço bem pouco na verdade... mas o importar-me talvez seja o "engatinhar"... Importar-me em como fazer humanização, onde encontrá-la, e qual o meu papel na sociedade pra exigir isso das pessoas também, já é sim engatinhar pra um bairro melhor, uma cidade melhor, serviços melhores, ensinos melhores... um mundo melhor! Mesmo que por ora seja só esse meu... mundo interior.