sábado, 18 de outubro de 2008

Criminosos?

(Por Fabiane Secomandi)

Na opinião de quem?

De seres impiedosos que aguardam o grande momento de poderem então encher a boca e dizer: criminosos!

Alguém em algum instante se importa com o que vai no íntimo do Ser em julgamento?

Não somos todos seres criados com tendências para o bem?

Ora, pois se o mal não existe, sendo este apenas a ausência do bem, então também podemos dizer que criminosos são aqueles não que agem com o mal, mas que agem na falta do bem.

Seriam estas, pessoas que encontram dificuldades em agir no bem, por limitações da personalidade ou mesmo por desconhecê-lo?

Onde colocamos o aprendizado "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo?"
Colocamos apenas nos ouvidos de quem está ao nosso lado, para impressionar.

E o que fazemos com nossa capacidade de entender o que se passa no coração do outro?
Enterramo-as. Como quem enterra o próprio crescimento, a própria evolução.

Não existe culpados e inocentes.
Existem pessoas que erram e pessoas que sofrem por determinados erros, seus ou de outrem; mas os motivos que levam a tais consequencias não cabe à nossa limitada consciência julgar.

Existem pessoas acomodadas e que encontram no "julgar" a forma mais fácil de se livrar de um erro que é de todos nós.

Podemos nos impressionar, podemos nos revoltar, podemos nos enraivecer... mas também podemos ampliar nossa compreensão para além das supostas "vítimas", vitimadas pela mídia e em seguida por seres alienados que ao lerem uma única frase julgam-se capazes de entender o texto todo.

Temos por obrigação plantar o amor e a benevolência nos corações humanos. Cabe aos pais ensinar os filhos, a sociedade contribuir com a saúde biopsicossocial de todos os cidadãos e também a cada cidadão em especial exercitar o ampliar de visão, julgando menos e fazendo mais.

Só o dono da dor sabe o quanto dói. Alguns sabem lidar com a dor. Outros não. Alguns a suportam, outros não, por motivos que desconhecemos ou que conhecemos e não admitimos por "n" motivos.

Proporcionar o alívio da dor é atitude que podemos fazer pelo outro. Ao menos tentar fazer dessa postura uma oportunidade de sermos seres melhores.

Só com mais humanismo podemos exercitar o pensamento altruísta e usar de nossa inteligência para uma compreensão maior de fatos, pessoas, sentimentos e ações, podendo inclusive favorecer o Bem no mundo.

Enquanto não existir isso, só poderemos murmurar... "criminosos!"

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Falta

(Por Fabiane Secomandi)

Incrível como quando tudo parece estar completo,
vive-se poucos INSTANTES de real satisfação
até surgir novamente aquilo que nos persegue...
a "falta".

Mas, a falta é do quê?
Não sei...
É como algo incompleto, inacabado...

Sentimos falta de momentos, de lugares, pensamentos e sentimentos
que por algum motivo sabemos lá nas profundezas do nosso Ser,
o "como é"...

Sentimento estranho que habita nosso interior e nos atrapalha a calmaria...
Leva-nos a buscas incessantes de algo que não sabemos nem por onde começar procurar.
Tira-nos a tranquilidade, rouba-nos a serenidade e provoca turbilhão interior
aparentemente sem motivo algum.
Ficamos "fora" do nosso estado homeostático, porque tá faltando algo...

Mas falta o quê?
Não sei...
É como algo incompleto, inacabado...

Se pudesse registraríamos os momentos de real satisfação,
aqueles que duram segundos antes da "falta" aparecer novamente...
E aí poderíamos usar como instrumento motivacional na busca de novas satisfações internas.
Mas não...
não tem como gravar isso, além de nossa memória.

Talvez se tivesse jeito,
as pessoas não sentiriam mais a falta da "falta".

Talvez isso fosse trágico.
É necessário que sintamos falta da "falta".

Tudo bem que em alguns períodos sentimos é excesso da "falta"...
E isso pode ser bom ou ruim.
Pode fazer correr atrás do que faz falta.
Ou desistir e achar que a falta é permanente ou ilusória.
A falta é inconstante, instável, aparece só na hora que lhe convém...
Mas é real.
Não é ilusória.
E se ela é parte de cada um de nós, aparece na hora que NÓS achamos necessário.
Mesmo que não nos demos conta disso. Senão não faria sentido...

sábado, 11 de outubro de 2008

A Falta - II

(Por Fabiane Secomandi)


A "falta"...
É como algo que nos puxa, que nos impulsiona para novas buscas...
para suprir as faltas...
E mesmo nos dando conta que passaremos toda a existência nesse ciclo
que se repete,
e se repete...

a "falta" é senhora do nosso Ser e por mais que dermos créditos a ela ou não,
ela estará lá, por toda a vida... trazendo-nos o sentimento da "falta".

Mas que falta?
Não sei...
É como algo incompleto, inacabado...

Talvez esse seja o começo da compreensão sobre a evolução da alma.

A "falta" não nos deixa tranqüilo...
e no fundo não queremos nos tranquilizar...

Somos seres que nos bastamos com algumas migalhas de satisfação interior, até atingir um nível um pouco mais elevado do domínio da falta e essa satisfação aumentar...

a Satisfação interior aumenta com o domínio da "falta"...
ou
a "falta" é que diminui com a Satisfação interior?

E o que nos leva a Satisfação interior?
Estaria a duração da satisfação interior, aquele tempo crucial que experimentamos, que chamamos FELICIDADE e que antecede as novas sensações de "falta", associado às nossas ESCOLHAS?

Sendo assim então nosso caminho estaria traçado? pré-determinado pelo suprir das faltas, faltas estas que são menores de acordo com nossas escolhas e, de acordo com nossas escolhas aumentamos ou diminuímos nossos níveis de satisfação interior, (Felicidade)?

Somos seres criadores dessa falta. Ela faz parte de nós, é resultado de nossa própria produção interna.

Ou não?

Consigo entender a falta, e entender que ela exista para que possamos avançar no processo evolutivo. Mas o por quê disso ainda é uma incógnita... Não sei mais... Não sei nem dizer mais sobre a falta. Sobre o que é a falta... nem do que é a falta...

Ainda me "falta" alguma coisa para avançar além daqui.